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Incerteza sobre insumos e custo atrasam vendas de soja 2022/23 do Brasil
O atraso em relação a anos anteriores se dá em meio a incertezas sobre a disponibilidade de insumos e custos elevados.
A venda antecipada de soja do Brasil atingiu 6,9% da produção estimada para a safra 2022/23, que será plantada a partir de setembro, avanço de 1,7 ponto percentual na variação mensal, mas com atraso em relação a anos anteriores em meio a incertezas sobre a disponibilidade de insumos e custos elevados, disse a consultoria Datagro hoje (7).
A comercialização está aquém dos 8,4% da média dos últimos cinco anos e também abaixo dos 12,8% registrados para vendas futuras, em igual momento de 2021, mostraram os dados.
“Essa postura conservadora está ligada com a insegurança dos produtores sobre o nível tecnológico que será possível adotar nesta próxima safra, além da alta nos custos por conta das restrições no mercado de fertilizantes em função do conflito entre Rússia e Ucrânia“, disse em nota o coordenador de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior.
Para a safra atual, cuja colheita caminha para o encerramento, as vendas alcançaram até o dia 1º de abril 55% da produção esperada.
Os negócios andaram melhor do que em janeiro e fevereiro, com incremento mensal de nove pontos percentuais. “O movimento foi beneficiado pela nova alta generalizada dos preços em março”, disse o especialista.
Mesmo assim, a comercialização da oleaginosa permaneceu abaixo da média de 58,6% dos últimos cinco anos.
Considerando a previsão atual da Datagro para a safra 2021/22, de 125,11 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 68,81 milhões de toneladas. Em igual período do ano passado, o volume negociado estava em 92,45 milhões.
Vale destacar que o ciclo de 2021/22 conta com oferta menor de grãos para comercialização em função da quebra causada pela seca na região Sul do país, e em Mato Grosso do Sul.
Para o milho, a consultoria disse que as vendas da safra de verão 2021/22 no centro-sul do Brasil chegaram a 30,1% da produção esperada, contra 20,4% no levantamento anterior.
Um ano antes, o percentual de comercialização do cereal de verão estava em 44,2%. O fluxo atual ainda está abaixo dos 36,9% da média de cinco anos.
“Até o dia 1º de abril, 34,8% da safra de inverno de 2022 da região estava compromissada pelos produtores, ante 31,6% no mês passado, 48,8% em 2021 e 37,9% na média plurianual.”
Fonte: https://forbes.com.br/